O Eletrodo de tungstênio ponta vermelha e os mitos envolvendo a composição com tório.

Neste post ajudaremos a desmistificar em definitivo algumas notícias envolvendo o Eletrodo de tungstênio ponta vermelha e sua composição com 2% de Tório que tem circulado em nossa comunidade, o que tem gerado ao longo dos anos interpretações bastante equivocadas sobre questões relacionadas à saúde do soldador.
 

os mitos sobre o tungstênio ponta vermelha

Há alguns bons anos tem circulado entre profissionais da área de soldagem boatos de que a utilização do Eletrodo de tungstênio ponta vermelha com Tório (WT20), que possui em sua composição 98% de tungstênio + 2% de Tório, poderia ser cancerígeno.

E é natural e totalmente compreensível que algo deste tipo passe a circular gerando preocupação dentro do segmento, e muitas pessoas simplesmente acabam não buscando informações e acreditando apenas naquilo que recebeu.

Este boato é falso, e vamos entender agora porque.

Falando sobre o caso, este mito surgiu por conta de estudos e pesquisas específicas sobre o elemento químico Tório, elaboradas pela AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), agência técnica da ONU e reconhecida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Segundo estes estudos, se armazenado ou concentrado em grandes quantidades, o Tório pode liberar um gás nobre chamado Radônio que apresenta radiação perigosa e que provocaria riscos de contrair câncer nos pulmões, pâncreas ou no sangue.

Situações como essa aconteceriam somente no caso de armazenamento ou concentração de Tório como elemento puro, em grandes quantidades e em situações muito específicas, como no solo por exemplo.
Há casos conhecidos de regiões onde foram identificadas concentrações de Tório no solo tão significativas que acabaram gerando a incidência de gás Radônio, levando autoridades à tomarem medidas de contenção e isolamento da região específica.

Portanto, os riscos existem apenas nestes casos, o que não tem nenhuma relação com a micro exposição que um soldador tem com o Eletrodo de tungstênio ponta vermelha, uma mera vareta de 50 cm que contém apenas 2% de Tório (micro partículas) em sua composição.

ausência de riscos na utilização do tungstênio ponta vermelha

Em resumo, os boatos que circularam dentro do segmento de soldagem sobre os riscos na utilização do Eletrodo de tungstênio ponta vermelha com 2% de Tório não possuem nenhum fundamento, não há absolutamente nenhuma comprovação científica sobre isso e consequentemente, nenhuma restrição na sua utilização em soldagem.

Ainda assim, caso você se encontre diante de uma equipe de soldadores que estejam receosos em usar o Tungstênio com Tório e o convencimento do contrário parecer difícil, basta apenas mudar o padrão do tungstênio de Tório para Lantânio ou Cério, que possuem finalidade similar inclusive com melhor performance e durabilidade, e assim solucionar o problema entre os usuários em definitivo.

Saiba mais sobre os tipos de Eletrodo de tungstênio disponíveis.
https://cigsoldas.com.br/eletrodos-de-tungstenio/

sobre os fumos de solda

Vale reforçar também que fumos de solda gerado no processo TIG não tem nenhuma relação com o Eletrodo de tungstênio, fumos de solda são resultados da fusão de chapas de aço que contenham algum fator contaminante (sujeira, óleo, etc.) em conjunto com o gás de proteção utilizado no processo.

O Eletrodo de tungstênio não gera fumos de solda.

riscos durante a afiação do eletrodo de tungstênio

Por outro lado, o tungstênio precisa ser frequentemente apontado/afiado, sendo que na grande maioria dos casos o operador realizada essa tarefa manualmente em um esmeril. Neste caso sim, há riscos significativos à saúde.

É inevitável que o soldador inale a fuligem de tungstênio gerada durante o apontamento, o que não é saudável pois o contato com a fuligem é diário, podendo causar sérias complicações ao longo dos anos como a pneumoconiose por metal duro (doença respiratória difusa causada por inalação contínua de partículas de cobalto e carbonato de tungstênio).
Além disso, há risco iminente de acidente físico caso alguma partícula maior seja projetada durante a afiação, podendo ferir seriamente os olhos ou outra parte do corpo se por descuido o operador não estiver devidamente protegido.

Mas novamente, não tem nada a ver com a questão do Tório ou risco de desenvolver qualquer tipo de câncer, como já dito e desconsiderado mais acima.

Para a afiação 100% segura existe um equipamento próprio para essa finalidade, que dentre vários benefícios referente à qualidade da afiação, também não gera absolutamente nenhum contato do soldador/usuário com a fuligem e partículas de tungstênio.
O Afiador para eletrodo de Tungstênio – TIG Sharp ST-40.
Saiba mais no link abaixo.
https://cigsoldas.com.br/afiador-para-eletrodo-de-tungstenio/

Esperamos ter contribuído com o tema e que tantos os gestores responsáveis pelo Dep. de Segurança do Trabalho quanto os usuários se sintam melhores informados e devidamente seguros.

Se você chegou até aqui, parabéns pelo interesse e muito obrigado pela leitura, deixe seu comentário caso tenha sido relevante pra você esse conteúdo.
Até a próxima!

Categorias